PRAIA E FRENTE DE MAR DA FIGUEIRA DA FOZ E BUARCOS
 
 
Na área de intervenção a concurso, tal como na sua envolvente imediata, existe um conjunto de valores naturais e patrimoniais que conferem à paisagem elevada qualidade visual, cultural e natural.
Como objetivos e pressupostos gerais da proposta de integração paisagística foram considerados: a) a proteção da frente urbana relativamente ao mar; b) a requalificação dos valores naturais e patrimoniais promovendo-se a valorização e a aprazibilidade do espaço tendo-se por princípio base a renaturalização; c) a utilização do espaço público como elemento de fruição e lazer associado a condições de conforto bioclimático e às dinâmicas próprias da sazonalidade das áreas balneares.
A identificação dos valores naturais a preservar resultou da elaboração de análises e sínteses que foram realizadas sobre a cidade e o concelho.
Um primeiro estudo incidiu sobre a macroestrutura verde da Figueira da Foz e de Buarcos tendo-se considerado as principais linhas de água e áreas inundáveis, terrenos de valor agrícola (com elevada aptidão para a produção de biomassa), terrenos florestados de valor visual, espaços verdes de recreio e lazer ou jardins de valor patrimonial, áreas de conservação e proteção da natureza e áreas de proteção associadas à rede viária.
Neste primeiro nível, o mais estratégico, definiu-se a macroestrutura verde e as conetividades com as diferentes áreas da cidade/concelho na perspetiva da implantação de Corredores Ecológicos e, num segundo nível, definiu-se a proposta para o espaço a concurso assumindo-se a sua função e necessidade enquanto elemento integrador da Estrutura Ecológica (função e uso) e objetivos definidos.
A frente marítima da Figueira da Foz necessita de dunas e de vegetação enquanto elementos dinâmicos naturais capazes de constituir barreiras de proteção que funcionam como dissipadores de energia. Uma correta aplicação de um sistema dunar minimiza as ações das intempéries e das marés vivas. Para além das questões funcionais e de previsão de catástrofes, especialmente importantes face às alterações climáticas, são as dunas elementos de grande valor sensorial e referencial da paisagem sendo possível definir ritmos, limites, proporções, cromas, tornando o espaço distinto quer visual quer sensorialmente, dando leitura e caráter excecional a cada unidade de paisagem.
As árvores, Pinheiros mansos e bravos usados nas plantações ao longo dos cordões dunares, vão ligar e prolongar os volumes e os ritmos e fazer a transição entre a escala dos edifícios e a Praia. O projeto assume a ambiguidade da casa na praia e a praia na cidade numa relação estética e ambientalmente saudável e onde se adota a estrutura ecológica como elemento estruturante do desenho e dos limites do espaço urbano.

Promotor:
Município da Figueira da Foz

Local:
Figueira da Foz, Portugal
  Área:
84.5ha

Coordenação e projeto:
Laura Costa, Sérgio Pinto, Ana Reis
  Arquitetura:
Carlos Prata, GNG-APB-Arquitectura e Planeamento Lda, Silveira Ramos, João Pedro Serôdio, Nuno Brandão Costa

Data de projeto:
2011
 
 
2013, Laura Roldão Costa - Arquitetura Paisagista
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